Roles Reversed - Capítulo três. The baby is dead!

- Er… Como? – Ele franziu o cenho.

- Justin? Como você está vivo? – Meus olhos se arregalaram e eu o abracei com todas as minhas forças. Eu estava diante de um sonho realizado, de um milagre. Eu tinha certeza que era ele.

Ele estava um tanto quanto diferente. O cabelo estava de lado e raspado em certa parte. Mas a boca continuava carnuda e formava um belo coração, e como sempre ele estava usando um óculos escuro mesmo estando de noite. Era o meu Justin! A única coisa que era estranha era a forma com que ele estava se vestindo. Era uma roupa um tanto quanto brega. Justin jamais sairia daquele jeito.

- Perdão, minha querida? – Ele respirou fundo, assim que eu o soltei. – Meu nome não é Justin. Você deve estar me confundindo com alguém. Sinto muito!

- Não, não! Não faz isso comigo, Justin. Não faz! Eu sei que é você, eu te reconheceria á quilômetros de distância.

- Meu bem. – Ele suspirou. – Eu sinto muito, mas eu não sou o homem que você está dizendo. Eu só queria lhe perguntar se você sabe a onde fica a candy street? Estou meio perdido! – Ele riu sem graça. – Eu acabei chegar de viagem da Itália.

- Mas eu... – Olhei novamente para o tal garoto á minha frente e mordi os lábios, envergonhada. Estava novamente tendo alucinações. Droga! – Eu sinto muito. – Disse, cabisbaixa. – Eu realmente estou tendo algumas alucinações com essa pessoa. Eu perdi uma pessoa que eu amava tanto. Que eu amava não, que eu amo. Tem cinco anos, mas parece que foi ontem. Eu me sinto tão culpada, tão tão culpada. – Á essa altura eu já estava chorando rios e mais rios. – Ele morreu pra me salvar, sabe? – Ele prestava atenção atentamente á minha história. – E deixou uma filha para trás... Ela é linda. Eu queria que ela pudesse conhecê-lo, mas nem da morte dele ela sabe. – O homem permanecia paralisado, apenas me encarando. – Tá sendo muito difícil pra mim esses últimos dias, eu tenho me lembrado muito dele e até tenho visto ele por aí, assim como aconteceu com você. Céus, eu sinto muito! Acho que estou ficando maluca. Eu tento colocar outra pessoa no lugar dele, mas eu não consigo, é mais forte do que eu. Mesmo que ele não exista mais, eu ainda o amo e ele sempre estará em primeiro lugar na minha vida.

- Isso é tão lindo. – Ele disse surpreendido. – Você ama demais esse homem, não é?

- Demais. Eu posso estar com outro, mas ninguém chega os pés de Justin. Ele sempre foi e sempre será o meu anjo, o meu único amor. O que consegue me completar.

- Então... – Ele pigarreou. – Tem cinco anos que você se sente vazia?

POV XxX

- Então... – Pigarreei, sem acreditar estar ouvindo aquilo. – Tem cinco anos que você se sente vazia?

- Sim. – Ela engoliu em seco. – O senhor não sabe o quanto é ruim ter que repetir essas palavras. Ter que admitir que ele realmente se foi e eu não serei capaz de amá-lo de novo. – Ela abaixou a cabeça, deixando com que as lágrimas escorressem de seus olhos. Céus! Á essa altura eu também deixava as lágrimas rolarem sobre o meu rosto, sem cessar, sem dó, apenas tentando aliviar a dor dentro do meu peito. – Senhor, você está chorando? Senhor? – Ela chamou a minha atenção, fazendo-me encarar seus belos olhos castanhos. – Por que o senhor está chorando?

- Sim... Eu estou emocionado... – Respirei fundo. – De até onde o amor do ser humano pode chegar. – Sequei as minhas lágrimas. – Bem, eu gostaria de poder ajudá-la já que está perdida, mas eu realmente não sei a onde eu estou, também.

- É incrível como o senhor se parece com ele. – Ela murmurou, fazendo o meu coração disparar imediatamente. – Eu ainda tinha certeza, um pinguinho de esperança que ele estava vivo... Entende? Mas... Eu já estou perdendo as esperanças. Também, já estava na hora. Cinco anos, não é? Por que eu não consigo aceitar o fato de ele ter morrido? Droga! Estou com frio!

Eu não pude evitar a decepção em meu rosto ao ouvir aquelas palavras. Eu não queria em hipótese alguma magoá-la, e muito menos que ela me esqueça. Eu não quero ser substituído, eu quero estar ao seu lado e quero amá-la acima de tudo. Eu quero lhe dizer o quanto és importante para mim, o quanto eu a amo e que eu sempre estive vivo. Eu preciso dela, eu estou fraco, eu estou precisando de seu amor.

- Mas sabe de uma coisa? – Ela chutou uma pedra que havia sobre o chão, despertando-me. – Quando ele morreu, ele pediu para que eu fosse a sua única garota no mundo. E completou dizendo que ele seria o meu único garoto no mundo. Ele sempre foi e sempre será.

Deus, como eu queria poder abraçá-la e dizer que o seu único garoto no mundo está aqui, bem á sua frente e te querendo mais do que nunca. Eu precisava sentir seus lábios no meu novamente, eu precisava de seus braços acolhedores me aquecendo e precisava de sua cabeça apoiada sobre o meu peitoral, relaxada e feliz depois de uma bela noite.

- É... – Suspirei ao me lembrar de tantas coisas boas nós vivemos juntos. – Você quer o meu casaco? Está escurecendo e como você reclamou estar com frio... Aqui está! – Disse, após tirá-lo de meu corpo.

- Não precisa disso! – Ela sorriu confortadora. – E eu ainda nem sei o seu nome. Qual é?

- É Lutter. – Sorri, tentando parecer o máximo simpático. – E tome, por favor, aceite. Não estou com frio, eu juro. – Ela pegou o casaco sorrindo alegremente para mim. Nada pagaria aquele sorriso sincero naquele momento. – Bem, vamos andar pro lado oposto, ás vezes o sinal do celular volte e nós consigamos pegar um táxi.

- Boa idéia. Gostei de te conhecer, Lutter! – Ela sorriu. – Meu nome é Demetria, mas pode me chamar de Demi. Importa-se de tirar os seus óculos?

- Meus óculos? – Quase caí para trás. Se eu tirasse-os, ela veria que era eu. E em hipótese alguma ela poderia perceber isso. – São de grau... Eu não posso retirá-los. Eu esqueci o meu outro em casa, e como este de sol também tem grau, me permite enxergar.

- Ah sim. – Ela abaixou a cabeça desapontada. – Sinto muito.

Caminhávamos por toda a cidade, sem rumo, sem destino. Eu estava feliz, é claro. A Demi estava tão diferente, tão matura e tão determinada. Eu amava ouvir aquela risada, eu amava ver aquele sorriso largo estampado no rosto dela. Mesmo ela não sabendo que era eu, ela sentia certa atração por mim. É claro. Nós dois nascemos um para o outro e isso já esta escrito.

O problema é como iremos fazer para ficar juntos. É complicado demais. Eu preciso me manter afastado dela, eu preciso que ela continue sem saber que eu estou vivo, eu preciso salvar a vida dela. Eu rezo todos os dias, eu luto contra todas as minhas forças e princípios para que um dia eu possa chegar até ela, pegá-la no colo e dizê-la o quanto és importante e o quanto eu a amo.

Suas histórias eram contagiantes, sua voz era incansável e eu poderia fazer aquilo o dia inteiro. Mas eu não podia. Eu tinha que arrumar um jeito de sair dali e escapar do jeito mais fácil. Eu não podia. Aquilo era errado, completamente errado. Eu tinha que mantê-la em segurança, mas era mais forte do que eu, muito mais forte do que qualquer coisa que eu já senti.

- E aí ela quase botou fogo em casa! – Ela disse gargalhando. Aquele assunto era terrível. Eu não agüentava ouvir aquelas coisas, eu não agüentava saber o quanto Lianne estava grande e que eu não estava lá para acompanhar, para beijar, tocar, abraçar e brincar um pouco após um dia cansativo de trabalho. Aquilo doía mais que qualquer coisa no mundo. – Foi hilário! – Ela continuava rindo enquanto eu tentava controlar as lágrimas que insistiam em cair sobre o meu rosto.

- Você está chorando de novo? – Ela se aproximou de mim, preocupada. – Por quê? Eu disse algo de errado?

- Não... Que isso! – Tentei sorrir. – É que eu perdi a minha filha. Ela morreu em um acidente de carro com a mãe... E é difícil para mim.

- Ai meu Deus, você deveria ter me avisado que eu não tocava nesse assunto. – Ela fez algo que acabou me surpreendendo, ela me abraçou com toda a força do mundo. Aquele abraço que quase te esmaga, mas é aquele abraço que você nunca mais quer soltar. Eu apenas abracei-a de volta, deixando seu cheiro doce invadir minhas narinas, causando-me vários arrepios em todo o meu corpo. Sua respiração batia gélida sobre o meu pescoço, fazendo-me perceber que estava em minha calmaria, em meu lar. Aquilo seria um sonho ou realmente a realidade? Eu sentia a falta dela, e de agora em diante, eu faria tudo para estar com ela, nem que eu tenha que me arriscar com a própria vida. – Eu amo demais a minha filha e só de imaginar perder o meu anjinho meus olhos se enchem de lágrimas! Imagino como deve estar sendo difícil para o senhor... Mas não desanime. Fique forte! – Ela deu ênfase nas ultimas palavras, após soltar-me e sorrir confortadora. Aquele sorriso capaz de iluminar o meu mundo inteiro.

- Eu... Te... – Ela franziu o cenho. Droga, eu estava prestes á dizer que á amava. Eu não estava conseguindo me controlar mais. – Tô bem. – Concertei, pigarreando. – Você é uma mulher incrível, Demi.

- Obrigada! – Ela riu. – Olhando pra você agora eu tenho quase certeza de que você nunca seria o Justin. Ele jamais falaria formalmente assim como você, me xingaria até morrer se eu o chamasse de “senhor” e me espancaria se eu começasse com muita melação.

- Ele é assim é? – Perguntei surpreso. – É... Eu tive uma boa educação.

- Sim. Ele pode ser um grosso, mas talvez seja por isso que ele me atraiu tanto! O Jai é outro bruto. Vive me mordendo. – Aquelas palavras fizeram com que subisse um calor completamente incontrolável sobre o meu corpo, tive que me virar de costas para Demi. Meus olhos pegavam fogo, era capaz de eu estourar todas as veias do meu pescoço que já haviam enrijecido, eu estava nervoso, descontrolado, irado, puto da vida. Eu sabia que não agüentaria muito tempo. Eu sabia que esse dia chegaria. – O senhor está bem? – Ela perguntou, após reparar a minha mudança repentina. – Bem... Olha... São só mordidas normais... De casais, sabe? Não tem nada a ver... É... Coisas sobrenaturais... Nada... São só mordidas. – Ela tentava se explicar e o fogo dentro de mim se aumentava cada vez mais.

- Ele... Mordia-te? – Eu tive que ouvir aquilo sair da boca dela novamente. Era o cúmulo ela permitir que um vampiro conviva com a nossa filha, e ainda por cima quando eles transarem o cara morder ela. Ele é uma ameaça a Lianne. Demi não tem juízo algum! Porra. Eu tinha que me controlar naquele momento.

- S-sim. – Ela gaguejou. Parecia estar com medo. – E... Por que isso te afeta?

- Não me afeta. – Virei-me de frente para ela, mostrando-a que estava bem e que aquilo não tinha passado de algo em sua cabeça. – Ei, olha! Um táxi vago. – Disse extremamente sorridente quando vi o mesmo se aproximar.

- Finalmente. – Ela respirou aliviada. – EI TAXI, PARA AQUI! POR FAVOR, PARA! – Ela gritava quase no meio da rua, de tão desespero. – TAXI, AQUI!!! – Pediu novamente.

O taxi parou em nossa frente, fazendo-a entrar eufórica no mesmo. Sorri para ela, voltando á caminhar pela estrada. Ela fez o taxista parar seu carro e desceu do mesmo, vindo até mim. Tomei um leve susto quando senti suas mãos tocarem meus ombros.

- Lutter, você não vem comigo? – Perguntou ela, esperançosa.

- Não... Não! – Ri sem vida. – Eu vou ligar para a minha companheira de viagem e ela virá me buscar, já que o sinal está pegando aqui! Obrigado por tudo. Foi ótimo passar uma tarde com você!

- Concordo! – Ela sorriu lindamente. – Mas não posso deixar você aí sozinho. Faz o seguinte, vamos comigo no táxi e quando estivermos no centro da cidade você liga pra sua amiga, pode ser?

- Bem... Eu não deveria...

- Por que não deveria? – Ela franziu o cenho.

- Nada. Sendo assim, irei com você! – Sorri confortador, dando passagem para que ela entrasse no táxi.

[...]

- Pode estacionar aqui. – Pedi ao motorista. – Foi um prazer te conhecer, Demi! Você é uma mulher encantadora. Eu realmente espero que você supere tudo o que passou.

- Obrigada! – Ela sorriu tristonha. – Foi um prazer também. Você me ajudou a esquecer muitas coisas essa tarde. Foi maravilhoso! – Ela me abraçou com força, enquanto o táxi estacionava perto da calçada. Assim que nós nos separamos, o cabelo de Demi ficou agarrado em meus óculos, fazendo com que ele fosse retirado de meus olhos. Levei um susto, virando o rosto imediatamente abrindo a porta do táxi rapidamente.

- ESPERA! – Ouvi-a gritar, mas fechei a porta do táxi logo. Droga!

POV DEMI

- O senhor pode continuar o trajeto. – Disse, tentando me aliviar. Minha respiração estava ofegante e eu me sentia tão insegura.

Segurava os óculos daquele homem sobre a minha mão e eu simplesmente não conseguia esquecer aqueles olhos cor-de-mel espantados pelo fato de seus óculos terem sido arrancados. Droga! Porque o meu coração insistia em dizer que aquele era o Justin? Ele está morto. Eu tenho que aprender a lidar com isso. Talvez aquilo que ocorreu agora não passou de algo na minha cabeça. Deveria ter tanta certeza que aquele homem era Justin que a minha imaginação criou uma imagem parecida com a dele, iludindo-me novamente.

Assim que o taxista parou em frente á minha casa, paguei-o e desci do carro indo até o portão. Os seguranças autorizaram minha entrada, fazendo com que eu entrasse rapidamente á mansão. Subi as escadas do primeiro andar, indo até o quarto de Lianne verificar se estava tudo bem. Abri a porta com cautela e tive a visão de minha pequena dormindo calmamente.

Fechei a porta, olhando para o relógio que havia no final do corredor. Marcavam 00:30. Nossa! Eu havia ficado fora por muito tempo. Adentrei o meu quarto, ficando um pouco decepcionada por não encontrar Jai dormindo sobre a nossa cama. Decidi ir procurá-lo no quarto de hóspedes, mas ele também não estava lá. Voltei para o meu quarto, tirando aquela roupa molhada e indo imediatamente tomar um banho.

Assim que terminei, vesti o meu pijama e pulei na cama, aconchegando-me sobre os cobertores e travesseiros. A chuva caía sem dó sobre o solo e castigava toda a área de Los Angeles. Fechei os olhos lentamente e deixei que o sono tomasse conta de mim, dando-me a oportunidade de descansar depois de um dia tão exaustivo.

[...]

Senti um cheiro terrível de sangue. Continuei com a expectativa de conseguir abrir os olhos, de sair daquele pesadelo. Tateei cada canto daquela cama, sentindo os meus braços serem molhados por alguma coisa. Sim, havia sangue. E sim, não era um sonho. Foi como se eu tivesse sido despertada por tanto desespero. Meu corpo foi rapidamente levantado e os meus olhos bruscamente abertos. Olhei ao redor, semicerrando os olhos, tentando imaginar que nada daquilo fosse real. O meu quarto se encontrava completamente destruído. Minhas roupas rasgadas. Perfumes e espelhos quebrados. Maquiagens espalhadas pelo chão. Tudo o que eu queria identificar era de onde vinha tanto cheiro de sangue. Encarei a cama onde estava – pelo fato de já estar incomodada com a sensação de estar completamente molhada – e encontrei-a repleta de sangue. O lençol branco estava vermelho. Meus braços e pernas se encontravam mordidos e na carne viva. JAI. Que merda ele havia feito? Tentei levantar-me, mas as minhas pernas doíam muito pelos ferimentos. Eram mordidas grandes e completamente sem cabimento. Aquilo era a pior coisa do mundo. Senti o meu rosto e pescoço arderem. Meus braços se encontravam com pelo menos três mordidas, cada. Minhas pernas estavam praticamente destruídas e um dos dedos de minha mão estava aparentemente quebrado. Urrei de dor. Por que ele tinha feito aquilo comigo?

- MAMÃE!!! – Assustei-me ao ver a imagem de Lianne ao meu lado. Ela me encarava com medo, como se eu fosse algum tipo de monstro. – MAMÃE, O QUE FIZERAM COM VOCÊ, MAMÃE? – Ela gritava desesperadamente, me colocando mais pânico e medo naquele momento.

- LIANNE, CONTROLE-SE! – Pedi, sentindo minha voz trêmula. – NÃO ESTÁ HAVENDO NADA. – Gritei, fazendo-a recuar com ainda mais medo. – A MAMÃE ESTÁ BEM, EU JURO MINHA FLOR. VOLTE PARA O SEU QUARTO, ANDE.

- NÃO MAMÃE. EU NÃO QUERO VOLTAR PRA LÁ. – Ela gritou. – TEM UM MONSTRO LÁ TAMBÉM MAMÃE. POR QUE VOCÊ ESTÁ TODA MORDIDA? POR QUE MAMÃE? ME DIZ... EU TÔ COM MEDO! MUITO MEDO. – Antes que eu pudesse responder a porta de meu quarto foi bruscamente jogada ao chão. A imagem de Jai agindo como se fosse um animal invadiu os meus olhos e aquilo foi um choque enorme para mim.

Pulei da cama, empurrando Lianne para debaixo da mesma rapidamente. Ele avançou pra cima de mim, que corri imediatamente até a minha varanda. Fechei a janela, tentando não me destruir ao ouvir os gritos desesperados de Lianne sobre o meu quarto. Pulei a grade de minha varanda, pendurando-me sobre a mesma. Logo ouvi o barulho do vidro sendo quebrado com força, dando-me visão dos pés descalços de Jai.

- EU NÃO QUERIA. – Ele gritou, desesperado. – EU SÓ NÃO CONSIGO ME CONTROLAR. DEMI... EU SINTO MUITO MEU AMOR. – Engoli em seco aquelas palavras. Eu estava apavorada demais para mover um músculo. - EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ. NÃO SEI A ONDE, MAS VOCÊ ESTÁ, NÃO ESTÁ?

Aquilo eram milhares de facadas no meu peito. Como um homem que eu compartilhei todo o meu amor, que eu dividi a cama e que eu disse amar um dia poderia me machucar de tal forma? Eu deveria ter pensado nisso antes. Ele é um vampiro, ele é um monstro capaz de matar e eu jamais poderia ter o deixado chegar nesse nível. Eu só pensei em mim mesma, e esqueci-me da minha própria filha.

- Sangue. – Ouvi-o murmurar. Olhei para os meus braços e os vi pingando. Até mesmo o meu dedo estava jorrando sangue para todos os lados. Tudo bem, se eu pulasse aqui eu me espatifarei lá embaixo. E se eu continuar aqui, ele vai me comer viva. Céus! Eu não posso deixar a minha filha com esse monstro. Eu não posso. Encarei a varanda ao meu lado, que dava exatamente para o meu banheiro. Apoiei um de meus pés sobre o local, estendendo o meu corpo inteiro. Soltei uma mão do local, gemendo um pouco.

- VOCÊ ESTÁ AQUI. – Ele gritou, como se tivesse tentando se controlar. Sua voz era outra, era grossa e pavorosa. Coloquei minha mão direita sobre a grade ao lado e soltei o meu corpo, conseguindo ficar agachada sobre o pequeno chão da varanda. Apoiei as minhas duas mãos e pulei a grade, encarando Jai me fitar com puro ódio.

- Não posso deixar que você mate Lianne. – Murmurei angustiada.

- Nem eu. – Uma mísera lágrima de sangue escorreu por seu olho, formando uma chama imensa em todo o seu corpo. Era como se ele tivesse raiva de si mesmo e tentasse descontar em mim. Sabe de uma coisa? Já passei por isso com Justin. SÓ QUE ELE NÃO ERA UM VAMPIRO DO CARALHO. Olhei para cima e encarei a calha do telhado logo acima de mim, tendo uma idéia. Dependurei-me na mesma e subi até o telhado, escalando-o com rapidez. Droga! Eu havia me esquecido como Jai corria rápido. Ele já estava atrás de mim. Eu não tinha escolha, a não ser pular pela chaminé.

Assim que cheguei ao topo, consegui enxergar a chaminé um pouco distante de mim. Porém, assim que pisei sobre o telhado, desequilibrei-me e escorreguei sobre todo o mesmo. Eu acho que era porque eu havia perdido muito sangue. Era como se tudo estivesse se destruindo diante de meus olhos. Tudo estava rolando, exatamente tudo. Mas em uma câmera lenta... Uma câmera lenta. Eu via alguns telhados se quebrando... Eu via o meu pijama se rasgar, eu via o telhado cortar a minha pele... Eu via o Jai... Eu o via em pânico. Céus, como a minha cabeça doía. Não seria mais fácil eu apagar logo?

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO! – E foi como se esse grito me despertasse. Eu agarrei com força a calha do telhado e tentei me segurar o máximo que pude. Vi Jai correr imediatamente na minha direção, e ao ver que havia parado ele respirou aliviado. Mas não durou muito tempo. Eu estava fraca. Eu estava ferida. Logo o meu corpo se soltou sozinho e eu desabei. É, agora eu havia apagado.

POV JAI BROOKS

- PELO AMOR DE DEUS, O SENHOR TEM QUE ME DAR UMA NOTÍCIA DELA PORRA! – Eu pedi aos prantos. – ELA MORREU CARA? CARALHO VELHO, SÓ UMA NOTÍCIA! JÁ SE PASSARAM DOIS DIAS! DOIS DIAS CARA, DOIS DIAS! EU PRECISO SABER COMO ELA TÁ, NINGUÉM ME DÁ UMA INFORMAÇÃO!

- Acalme-se! – Ele pediu. – E não grite. Estamos em um hospital.

- FODA-SE! EU QUERO SABER NOTÍCIAS DA MINHA MULHER, SERÁ QUE PODERIA ME DAR? AS ÚNICAS COISAS QUE VOCÊS FALAM É “NÓS ESTAMOS FAZENDO ALGUNS EXAMES. AGUARDE” AGUARDE É A PUTA QUE TE PARIU, VAI AGUARDAR NO MEIO DO SEU CU!

- Senhor, você quer sabe notícias da sua mulher ou não?

- QUERO!

- Ela está bem. Demi perdeu muito sangue, mas graças a Deus conseguimos algumas doações. Ela só está com alguns hematomas, nada demais. Nós já passamos alguns remédios e anti-inflamatórios para que ela melhore logo. Mas já o bebê não conseguimos salvar.

- Bebê? Que bebê?

- O seu filho. Só havia alguns dias que ele estava se formando dentro de sua mulher, porém o feto não agüentou a pressão. Eu sinto muito.

E aquelas palavras foram como se aquele hospital se desabasse em cima de mim. Já não me bastava ter tentado matar a minha mulher, a minha “filha” e agora eu vou lá e termino de foder com o meu filho biológico.

- Ela está acordada. Se quiser conversar com ela... É aquele quarto ali. – Ele apontou para porta á minha frente e me deu as costas.

- Doutor. – Ele se virou para mim. – Uma tal de Lucy virá aqui visitá-la. Ela é a principal responsável pela Demi, já que a família toda dela morreu. Eu... vou embora agora... E não pretendo voltar.

Hey, what's up? Gente, algumas pessoas já sabem no grupo que eu tava passando mal, fui parar no hospital, tô sofrendo de gastrite e tenho que fazer uma bagulhada doida, minha barriga tá toda zicada, eu emagreci 2 quilos gente, socrr. 

Bem, eu fiquei internada e no soro, fiquei uma semana sem ir na aula e tô atolada de prova pra estudar. Segunda tenho prova de física, que delicia... 

Adivinha? Não sei nada!

Hoje que eu melhorei um cadim e mesmo assim to escrevendo prô cês... É. 

Vamos lá, gostaram? 

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